sábado, 7 de março de 2009

azul



invadido
invasivo
azul neon
azul púrpuro
azul mestre e maestro

azul
vaso de água e luz
marítimo
marcha fúnebre
nas nuvens invioláveis
tecidas de texturas fluidas
fluentes
azul incandescente
encadeado
azul de marolas
de orlas de (a)mar
de bodas de cristal e diamante
azul dos retirantes caminhantes e errantes
azul dos pecadores in-versos

da linha azul vertical que corta o oceano
com a corte real
e o cetro cortês
o centro radiante;
da linha azul horizontal que corta o céu
a cobrir o sol
a colorir a folha solta
o papel rasgado
o tecido sujo
a alma estanque

foge para se acorrentar em uma outra prisão
fogo para ser a cor que quebra a desilusão

azul entrelinhas
das estrelas anis
de vil estandarte
que brilha, azul
por ser corte
e ser arte
e ser recorte
de notícias velhas
de revistas
de folhas
de olhos
que não são vistos
no azul lunar

no caminhar
andarilho
de um azul já esquecido
na trilha de um sorriso
que a areia apagou
que a paz fez descansar
nas calmas águas
profanas do teu mar

pagã cor
colérica

coleciona
colheitas
e colírios
convergentes
olhos azuis destemidos
incontingentes
intransitivos;

Marcas e marchas
mancas
malícias
maneiras e mentiras: azul
das luzes urgentes
da lucidez diurna
da loucura esvanecente

da mentira crente
da criança em seu balanço
azul
regaço
encanto
descanso
(re)pousada
luz
que brilha
no espelho anil
no reflexo
invertido
inventivo
venenoso
insandecido

AZUL SIMBÓLICO
IMAGINÁRIO
CATASTRÓFICO
PUTREFÁGICO

azul lodoso
substância efêmera
fêmea
saudoso
idealizado
e corrompido
azul
amigo
do teu inimigo

faça desta canção
verso pra tua cor
que destoa a harmonia
o tom sobre tom
da alegria
e do horror